domingo, 3 de outubro de 2010

A pedra que rola não tem mais pontas

Em um conto fantástico do argentino Luis Borges encontrei este pensamento:
"Más razonable me parece la rueda de ciertas religiones del Indostán; en esa rueda, que no tiene principio ni fin, cada vida es efecto de la anterior y engendra la siguiente, pero ninguna determina el conjunto".
A idéia judaica e cristã, "no princípio criou Deus o céu e a Terra", está impregnada em nossa cultura e gravada na maneira de vermos as coisas. Começamos ao nascer (ou quando nossa mãe concebe, seu óvulo sendo fertilizado por um espermatozóide) e terminamos na morte. Mas no conceito oriental a roda, sem um ponto de começo ou de fim, dá a outros bilhões de terráqueos a visão de que tudo vem de antes e antes.
"Sabía que en un plazo infinito le ocurren a todo hombre todas las cosas. Por sus pasadas o futuras virtudes, todo hombre es acreedor a toda bondad, pero también a toda traición, por sus infamias del pasado o del porvenir. Así como en los juegos de azar las cifras pares y las cifras impares tienden al equilibrio, así también se anulan y se corrigen el ingenio y la estolidez".
O tempo escarifica e dá polimento a tudo e todos, a pedra que rola por séculos não tem mais pontas. "Adoctrinada por un ejercicio de siglos, la república de hombres inmortales había logrado la perfección de la tolerancia".
Como me disse o amigo MP quando pedalávamos subindo um morro: Dizem que até os piores espíritos ainda se regenerarão. Pode ser. Jesus contou esta história certa vez: "Mas era preciso fazer esta festa para mostrar nossa alegria. Porque seu irmão estava perdido e foi achado".

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