Você leu
esta crônica na Folha de São Paulo de ontem?
Nem podia ler, isto foi escrito em
1891, pelo papa Leão XIII,
mas parece um comentário dum cronista de hoje. Leia,
só: “A sede de inovações, que há muito tempo se apoderou das sociedades e as
tem numa agitação febril, devia, tarde ou cedo, passar da política para a economia
social. Efetivamente, os progressos incessantes da indústria, os novos caminhos
em que entraram as artes, a alteração das relações entre os operários e os
patrões, a influência da riqueza nas mãos dum pequeno número ao lado da
indigência da multidão, a opinião mais bem formada que os operários têm hoje e
a sua união mais organizada, tudo isto, sem falar da corrupção dos costumes,
deu em resultado final um temível conflito”.
Jesus de
Nazaré, que para muitos foi só um homem sábio, avisou que suas instruções
seriam repetidas por todas gerações dali por diante e que sempre, fosse mil
anos ou dois mil anos depois, sempre teria um representante seu atento
ao que acontecia no mundo para chamar atenção dos homens e mostrar um caminho
para a perpetuação da humanidade.
“Quem é, pois, o mordomo fiel e prudente, a quem o senhor confiará os
seus irmãos para dar-lhes o sustento a seu tempo? Bem-aventurado aquele servo a
quem seu senhor, quando vier, achar fazendo assim. Verdadeiramente, vos digo
que lhe confiará todos os seus bens”.
Assim, o
pastor atento escreveu a Encíclica Rerum Novarum, e disse: “É por isso, irmãos,
que temos feito, para bem da Igreja e da salvação comum dos homens, Nossas
Encíclicas sobre a soberania política e a liberdade humana, refutando, segundo
Nos pareceu oportuno, as opiniões errôneas e falazes. A consciência do Nosso
cargo Apostólico impõe-Nos como um dever tratar nesta Encíclica dos princípios duma
solução, conforme a justiça e a equidade dos direitos e os deveres que devem ao
mesmo tempo reger a riqueza e o proletariado, o capital e o trabalho. Por outro
lado, o problema não é sem perigos, porque não poucas vezes homens turbulentos
e astuciosos procuram lhe desvirtuar o sentido e aproveitam-no para excitar as
multidões e fomentar desordens”.
O que ele
nos avisou há 120 anos conto logo, logo.