Seiscentos anos depois da crucificação de Jesus, um jovem
bonito, de cabelo e barba ondulados, inteligente e tido com um homem íntegro, diz
à todos, em Meca, que tem tido visões do arcanjo Gabriel. Este lhe revela ter
Deus o escolhido como mensageiro. O grosso livro Jerusalém, diz (p. 228): “Naquela
rude sociedade onde todos os meninos portavam armas e cada homem era um lutador,
a tradição literária não era escrita, mas consistia numa rica poesia que
celebrava os feitos de guerreiros honrados e amantes apaixonados. Maomé pregava
o Islã (que significa submissão) ao único Deus, a busca de uma vida de
virtudes e a defesa dos valores de igualdade e justiça”.
Surgia uma nova religião onde a devoção ao Criador e o
ajoelhar em oração diversas vezes ao dia eram obrigatórios. Seus rituais tomavam
emprestados práticas da religião judaica e da católica. Seu festival do Ramadã
lembra em tudo a Quaresma. Mas havia ali um perigo explosivo, a Jihad, a guerra
santa.
“O Alcorão enfatiza o Jihad pessoal, a luta do crente para
ter domínio sobre si mesmo, e a luta contra os infiéis, os que não seguem as
instruções de Maomé. Eles devem ser convertidos e se submetendo devem ser
tolerados, mas se resistirem, então devem ser mortos”.
Após a morte de Maomé, como acontece com todos os cultos, o Islamismo sofreu
uma divisão. Os que seguiram seu sogro Abu Bakr tornaram-se sunitas, quem
seguiu sua filha Fátima e seu marido tornaram-se xiitas. Seu lugar de adoração
é a Caaba, a pedra sagrada em Meca. Mas uma noite Maomé teve uma visão em que saia
cavalgando num cavalo voador até o “Santuário mais Distante”,
o que os
muçulmanos interpretaram como Jerusalém. Desde então, árabes, judeus e cristãos
lutam para ficar na cidade santa. Mil e quatrocentos anos depois a paz do
mundo ainda não foi possível por causa dessas crenças.