terça-feira, 19 de outubro de 2010

O atentado contra Lula

"O 9º ano da República foi, na realidade o ùltimo. O atentado contra Napoleão - uma bomba colocada por onde ia passar dá ao cônsul a mais nítida noção da sua importância, o senso de seu poder para mudar o rumo da França. Agora, bem mais que os riscos, sente uma singular confiança no seu destino pessoal. Não se pode precisar, em absoluto, onde termina a superstição de uma imaginação ardente e onde começa o charlatanismo de um espírito cético e desabusado nessa grandiosa maneira de se entregar à sorte, nessa audácia que se transforma, desde aí, na base de sua poderosa ambição". Este trecho do primeiro volume de História de Minha Vida, de George Sand, me fez pensar em Luis Inácio Lula da Silva.
Há os que vão me chamar louco: comparar Lula com Napoleão! [não é trocadilho não]
"Bonaparte personifica o gênero humano na sua individualidade, não mais crê senão em si próprio; seu partido é sua vontade, seu deus é sua própria inteligência".
O atentado contra Lula, a bomba que colocaram no caminho do metalúrgico de pouca instrução que chegou a presidência de um dos maiores países do mundo, foi os conchavos, as negociatas de seus companheiros mais estudados que lhe garantiram de cima de seus cinismos: não tem erro, o país está dominado, podemos fazer qualquer coisa que vai dar certo! Tenho certeza que Lula pensou: não foi isto que D. Eurídice Ferreira de Mello me ensinou, mas governar um país deve nos permitir ter outros princípios. Quando rebentou o escândalo, Lula, só consigo mesmo, pensou: esses filhos da puta no fundo me odeiam tanto quanto um Fernando Henrique, não aceitam o meu destino, fodam-se. [as palavras chulas são para ser ditas só no fundo do coração].
"Pouco a pouco a França irá sofrer a mesma transformação por qual passou seu líder, perdendo a fé na glória da pátria irá crer só em si mesma. Não será mais o paládio do interesse comum, mas sim a garantia dos interesses individuais".
Não zombe de mim. Como Napoleão que pensava como Luís XV: eu sou a França, Lula corre sozinho e pensa: o Brasil sou eu, e seu exemplo se espalha por todo país, estamos todos sós, não há Deus, nem Pátria, nem Família. Como talvez reagisse desde que era uma criança nordestina, Lula pensa: farinha pouca meu pirão primeiro.
[depois falo do que sucedeu depois]

Nenhum comentário: