sábado, 25 de setembro de 2010

Sempre se aprende alguma coisa

Há bons livros, daqueles que não se tem vontade de interromper a leitura, e outros, maçantes, que se vai empurrando como um prato de comida quando se está doente. Mas mesmo nestes se aprende alguma coisa, ou que nos fazem refletir sobre algo.
Estou lendo um ensaio sobre a mesclagem da música, rítmo e palavras trazidos da África pelos escravizados com os dos colonizadores europeus em Cuba. Mas lendo esta frase viajei em outro pensamento: "Como pocas regiones de América, las Antillas sintieron esta influencia tan íntegramente; y es en Cuba donde el más vital caudal de tradición oral genero un caldo de cultivo sincrético tal vez único en el mundo. En 1526 llegó un cargamento de 145 esclavos, y en diez años la población africana pasaría de un mil". Veja só em que pensei.
O clube de ciclismo e caminhada ao qual pertenço está se preparando para as manifestações do DIA MUNDIAL SEM CARRO em 22 de setembro. Em um encontro de planejamento falamos da degradação do planeta e de como precisamos lutar contra a poluição da Terra. Na hora pensei: quem vai querer deixar um planeta com a atmosfera irrespirável para os netos, os continuadores das especificações que estão em nossos DNA. Então, lendo esta afirmação refleti: um escravo sabia bem que espécie de vida seus filhos teriam e ainda assim ele os procriava. Seria porque na necessidade de saciar seu desejo sexual ele e ela não refletiam que os filhos que adviriam daí só teriam uma vida de sofrimento? Ou imaginavam que a vida de escravidão podia acabar ou que seus descendentes poderiam encontrar uma forma de viver mais digna? Não será este mesmo raciocínio que nos faz persistir neste modo de viver que degrada o planeta, esperando que os que virão depois de nós saberão mudar tudo? A idéia: eles que se virem?
Mas vê? a gente lendo acaba notando tanta coisa diferente!

Nenhum comentário: