quarta-feira, 7 de abril de 2010

O Homem é a própria Liberdade


Este é um pensamento de Henri Bergson (1859-1941) no livro Ensaios sobre os Dados Imediatos da Consciência:
“Se a existência se define como temporalidade, se a realidade do Eu nos escapa por estar sempre adiante de nossa reflexão, o próprio fundamento do ser do homem deve ser pensado não em termos de uma essência fixa (racionalidade, linguagem, sociabilidade) mas como a transição contínua do fazer-se. Coincidir com a criação é criar-se".
Este filósofo ensinava que o comportamento do homem não pode ser reduzido a leis sociais já que é livre para se fazer sempre novo. Lendo isto me veio à mente o amigo João Bosco Reis contando que levando uma vida bem linear e pouco conectada com os sinais que o mundo lhe enviava, um dia aceitou o convite de mudar e criou um outro João, melhor dizendo, um novo João (pois não é que rejuvenesceu!).
Este exemplo confirma a sagacidade da filosofia bergsoniana:
"Ora, se a indeterminação do devir é liberdade, a identificação entre ser e tempo é a identificação entre ser e liberdade. O tempo é irreversível da mesma maneira que o homem é livre: essencialmente e totalmente. A liberdade não é algum atributo particular do homem - como se, além das várias propriedades que servem para definir sua essência (por exemplo, ser dotado de razão, ser feito para a vida em comum), o homem oferecesse esta particular característica suplementar de ser livre. A bem dizer, o homem não é livre nem essencialmente nem acidentalmente, ele é a própria liberdade, a liberdade em pessoa; todo liberdade e nada além de liberdade".
Isto não é magnífico!?

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