terça-feira, 31 de agosto de 2010

Sou apenas um mercador


O mestre Jesus ensinou isto? Se ensinou e isto faz parte de nossa salvação como espírito, como nos harmonisarmos? Está no Evangelho de Tomé, um escrito dos antigos cristãos que não foi incluído no rol de livros da Bíblia:
"Jesus disse: 'Um homem fez uma ceia. E mandou seu servo chamar os convidados. O servo foi ao primeiro e disse-lhe: 'Meu mestre te convida'. O outro respondeu: 'Tenho dinheiro aplicado com alguns comerciantes. Eles virão me procurar esta noite, apresento minhas desculpas por não ir à ceia'. O servo foi até outro e disse: 'Meu senhor está te convidando'. Este disse-lhe: 'Acabo de comprar uma casa e precisam de mim hoje. Não terei tempo'. O servo foi a outro e disse-lhe: 'Meu senhor está te convidando'. Este disse-lhe: 'Um amigo vai se casar e coube-me preparar o banquete. Não poderei ir à ceia, peço ser desculpado'. O servo foi a outro ainda e disse-lhe: 'Meu senhor está te convidando'. Este disse-lhe: 'Acabo de comprar uma fazenda e estou saindo para cuidar dela. Não poderei ir, por isso me desculpo'. O servo retornou e disse a seu senhor: 'Os que convidaste para a ceia mandam pedir desculpas'. O senhor disse ao servo: 'Vai lá fora pelos caminhos e traze os que encontrares que possam ceiar. Os homens de negócios e mercadores não entrarão no recinto de meu Pai'."
Sou um mercador e todo mundo está o tempo todo fazendo algum negócio, estamos todos fritos? A chave do conselho de nosso mestre está neste pedacinho da parábola: "traze os que encontrares que possam ceiar". Eu e você temos de ser senhores do nosso tempo de vida. Se formos chamados para uma missão por Deus - e é Ele quem dá as cartas para a evolução de nosso espírito - e estivermos tão enrolados de compromisso que tenhamos de deixar passar a chance vamos ter de jogar outra partida. Esta já está perdida, pois esquecemos que somos espíritos em ascensão e só lembramos de ser mercadores.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Pictogramas na comunicação


Os humanos, com sua capacidade de comunicação, foram aprendendo pela experimentação a usar signos para expressar o que desejavam comunicar. O uso repetido de tais signos ficaram gravados na cultura do povo. Quanto mais antigo o signo mais espalhado está o seu uso pela cultura dos povos. Prova de que no passado mais primevo existia um só clã humano.
Os signos podem ser audível (sonoro) ou visual (pictográfico). No estudo da linguística aprendemos que um dos sons mais antigos é o que designa a mulher como aquela que nos deu a vida, mãe. Este som/signo com o fonema eme está gravado em todas as culturas.
No aspecto visual gesto e expressão facial também comunicam intenção semelhante para todos os povos como o sorriso e as duas mãos levantadas, abertas e com as palmas voltadas para frente que significam, paz. Na comunicação visual os pictogramas - primeiro como pinturas nas paredes de cavernas - começaram a ser usados pelo ser humano a 30.000 anos.
"Aos pictogramas é pedida a missão de transmitir informações essenciais a um grande número de pessoas de língua diferente, mas que têm traços sócio-culturais comuns, e a quem não é fornecido nenhum ensinamento para defrontarem a descodificação dessas mensagens".
O desenho de um sol (um círculo com traços saindo por toda volta) é reconhecido por qualquer pessoa não só como nossa estrela, mas também querendo significar dia, luz e claridade.
E como um rio que começa como um fio d'água e se torna tão largo quanto o Amazonas, a comunicação, de uns poucos signos, hoje é grande, diversificada e nos dá tanta informação que mal podemos acompanhar. Mas não fique fechado em si, comunique-se.

sábado, 28 de agosto de 2010

Pecado, esta idéia é boa ou má?


Os momentos históricos são impraticáveis de se repetir. Assim é que a formação de um padre jesuíta, as normas que um pleiteante, um exercitante, precisava seguir para se tornar um ministro desta ordem é praticamente incompreensível para um jovem de agora. No livro Jesuitas e Guerreiros diz:
"A doutrina dos pecados estava muito viva na época de Loyola, e sob este aspecto sua obra representa um grande esforço para a libertação do homem. É no sacramento da penitência que se manifesta o arrependimento do pecado. Ao impor a penalidade, o confessor acentua no indivíduo a noção de pecado e do medo. Todos esses elementos comparecem na obra de Loyola, e
eram vivos no pensamento social e religioso da época. Em os Exercícios Espirituais, obra de Loyola, propunha-se uma reconciliação dos membros da comunidade cristã entre si, e isso restituía a condição de paz sobrenatural à comunidade que fora totalmente viciada pelos pecados dos seus membros. Em suma, eles aliviavam a alma do fiel".
Aquele tempo em que a pessoa vivia reprimindo seus desejos pelo medo do pecado levá-lo as tortutas eternas do inferno, seria melhor do que o nosso em que a permissividade a deixa livre para experimentar de tudo? Não há meios de julgar tão irreconciliáveis são esses momentos.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Venerando a vida


Pensamos nos humanos antigos como ignorantes e esquecemos da sensibilidade que lhes permitiu sobreviver naqueles tempos arcaicos. No livro Atlantis os arqueólogos, personagens da aventura, encontram uma imagem cópia da deusa do neolítico que os paleontólogos chamam de Vênus de Willendorf. É uma mulher bem gorda, com uma enorme barriga de gravidez e seios fartos e volumosos, mas sem a face e os pés. O mais jovem comenta a falta de beleza e a doutora fala da simbologia.
"- Ela é um pouco diferente das donzelas graciosas que estão esculpidas na passagem lá atrás, - observou Costas com pesar.
- Não é para ela ser uma moça atraente. - o tom de voz de Katya era levemente reprovador. - Olhe como eles nem se deram ao trabalho de terminar os pés ou os braços, e a cabeça é apenas um espaço vazio. Tudo está deliberadamente exagerado para acentuar a fecundidade e a boa saúde. Ela pode não ser conforme ao ideal de beleza ocidental, mas para as pessoas que viviam com o medo constante da fome, uma mulher obesa simbolizava prosperidade e sobrevivência.
- Você ganhou, - sorriu Costas. - Que idade tem a dama?
- É de antes do Paleolítico, - replicou Jack imediatamente. - Todas as figuras de Vênus se situam entre quarenta mil e dez mil antes de Cristo, dentro da mesma faixa das pinturas que estão no salão dos ancestrais.
- Costumava-se pensar nelas como sendo a deusa-mãe".
Aquelas pessoas não adoravam uma mulher em especial, como os religiosos de agora, eles reverenciavam a capacidade humana de gerar novos seres e manter viva uma linhagem, uma história, um povo. Bom seria se conseguíssemos ter a sensibilidade deles, este respeito pela vida.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Arrependimento, quando a consciência se ajusta


Quando se fala em arrependimento vem logo a mente o caso de Judas Iscariotes e o julgamento que dele fazem os religiosos: Judas não se arrependeu. Como estamos sempre errando li com interesse o que Schopenhauer refletiu sobre isto:
"O arrependimento não nasce nunca do que é a vontade (porquanto seria impossível), mas sim do que é o conhecimento, o qual se modificou. Pelo que haja de essencial ou de especial que eu quis, devo querê-lo ainda, porque sou eu mesmo esta vontade que se pôs fora do tempo e de qualquer modificação. Assim, não posso jamais arrepender-me do que quis, senão do que fiz, por isso que, guiado por falsas noções, fiz algo que não era conforme à minha vontade".
Arrependimento no sentido de "rejeito o que fiz" não existe. Esta feito, é história, já faz parte de mim. Mas se agora conhecemos um fato novo que modifica o que pensávamos então me arrependo de ter agido segundo aquele pressuposto. Mas aquilo que quiz naquela forma de pensar continua igual dentro da gente.
"Cobrar o conhecimento disto, quando a consciência se ajustou, eis aí o arrependimento. E isto não é verdade apenas no que se refere à experiência da vida, é também verdadeiro do lado puramente moral da conduta. Por exemplo, posso ter agido com mais egoísmo do que o comum ao meu caráter, em virtude de ter sido induzido em erro por uma idéia exagerada sobre a necessidade em que eu mesmo me achava, ou sobre a astúcia, a falsidade, a malvadez alheia, ou ainda por ter procedido com muita precipitação, ou seja, sem reflexão, deixando-me determinar não pelos motivos nitidamente reconhecidos ou por impressão de momento, pela emoção que se lhe derivou e cuja força foi tal, que me tolheu de certa guisa o uso da razão; mas, ainda neste caso, o retorno à reflexão não é mais que um conhecimento, que se anunciará sempre por meio de esforços tendentes a reparar o passado do melhor modo possível".
Assim foi que Judas traiu seu mestre porque não conseguiu crer que ele era o prometido Messias predito pelos profetas? Então aconteceu alguma coisa que mudou seu conhecimento, ele caiu em si e se deu conta de que tinha participado no assassinato do Filho de Deus e não tinha como fazer o tempo voltar atrás? Ou menos, traiu levado a crer que Jesus seria punido e deixaria aquela vida "fantasiosa" e não que seria morto, e arrependeu-se não do que quiz fazer, mas do que acabou fazendo por ter confiado em pessoas erradas.
E de novo a questão: depois de cometer uma torpeza é melhor desistir de continuar vivendo a existência louca que montou para si e aceitar o papel de um judas ou continuar vivendo e carregando a lembrança nas costas?
Parece que o arrependimento tem muito a ver com qualquer das duas decisões.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Quando vi uma pessoa morta, chorei


“Quando vi uma pessoa ferida ou morta, vesti roupa de luto e até deixei de comer, curvei a cabeça e orei por eles, sim orei como se fosse por um amigo antigo ou um irmão e andei curvado, como de luto, e chorei como faria por minha própria mãe”.
Este Salmo (cap 35, vers 13, 14) mostra o efeito que deve causar em nós a perda de uma vida ou o sofrimento de alguém. Mais, diz que temos de andar com cautela para não ferir nem matar outro ser humano, pois a vida de alguém é muito preciosa.
Assim, no trânsito, dirigindo seu carro, fique atento ao pedestre e ao ciclista, preferencialmente. Passe mais devagar perto deles e mantenha uma distância de pelo menos 1 metro, então terá tempo para uma manobra que evite ter o pedestre ou o ciclista debaixo de seu carro.
Os administradores públicos também precisam pensar em soluções para que sua cidade não tenha notícias de morte ou atropelamento de cidadãos. Diminuir a violência no trânsito precisa ser um esforço de cada um de nós. Cada mês menos acidentados até que a notícia de um irmão morto na rua nos faça chorar, sim, por um homem ou uma mulher que não conhecemos nos curvaremos e oraremos por ele como se fosse nosso irmão, o filho de nossa mãe.

sábado, 21 de agosto de 2010

Deus não nos deu nada pronto


Ferdinand de Saussure dedicou sua vida a estudar como as línguas, as diversas formas utilizadas pela raça humana para se comunicar, se desenvolveram. Em seu livro El Curso de Lingüística General (em espanhol) ele construiu uma frase que tem aplicação em várias ciências:«Se suele decir que nada es tan importante como conocer la génesis de un estado dado; es verdad en cierto sentido: las condiciones que han formado ese estado aclaran su verdadera naturaleza y nos libran de ciertas ilusiones". É preciso começar tudo que vamos estudar desde o início.
Os mitos da criação contam que tudo surgiu num estalar de dedos, como a diversidade de idiomas: "Vamos confundir a língua que eles falam". Mas antes que ser uma ação direta do Ser Superior a construção do vocabulário de um povo demandou longuíssimo tempo onde as palavras se formaram por sincronismo e diacronismo. "Pero el papel de la colectividad es mucho más activo; los golpes ciegos son raros, y siempre que hay un proceso destructivo va necesariamente seguido de una reacción activa. Hay cambios lingüísticos que - como los movimientos del ajedrez - tienen la intención de ejercer una acción sobre el sistema".
Este livro didático explica como nosso idioma, o português, continua sendo elaborado até agora e como esta construção irá continuar. As primeiras palavras de nossa língua se perdem num passado de 100 mil anos e começa a ser percebida no falar de um povo que habitava a península Ibérica há 3 mil anos. Seu modo de falar foi quase esquecido quando os exércitos romanos chegaram àquele fim de mundo e o povo passou a falar o latim com um sotaque diferente. Os bárbaros desbarataram os romanos no 4° século e acrescentaram palavras e sons. Os árabes chegaram 300 anos depois e nos deram palavras começando com "al", como álcool. Os franceses nos deram termos como "buquê" e os ingleses "futebol".
Mas o que tudo isto nos devia ensinar é que Deus não nos deu nada pronto e que os seres humanos têm de buscar um aperfeiçoamento constante que não termina nunca.
Jesus, o mestre, nesta enorme aala de aula que é planeta Terra ensinou uma coisa que a maioria ainda não aprendeu. Falando do dia de sábado - assim como da aposentadoria ou da morte - ele disse: "Meu Pai continua trabalhando sem parar e eu também"; e se não falou pensou: e vocês não tem nada que "pendurar as chuteiras", vamos "ralar" por todos os séculos seclorem”. Amém.