Estou lendo Quando Nietzsche Chorou, e este trecho me impressionou. Passo para você. Quem está ensinando é Nietzsche que aconselha um médico de meia idade.
"- Você escolheu sua vida? Ou foi ela que
escolheu você? Você não lamenta a vida
que nunca viveu?
- Não, não vivi a
vida que queria! Vivi a vida atribuída a mim. Eu, o verdadeiro eu, fui
encaixado em minha vida.
- Estou convencido que a principal fonte
de sua angústia, aquela pressão precordial... é porque você está explodindo de
vida não vivida. O tique-taque de seu coração marca o tempo que se esvai. E que
terrível encarar a morte sem jamais ter reivindicado a liberdade, mesmo em todo
o seu perigo!
- Mas como posso ser livre? Tenho família,
empregados, pacientes, alunos. É tarde demais! Não poderei mudar minha vida:
está entremeada demais de outras vidas.
Fez-se um longo silêncio.
- Mas só sei que do jeito que está não pode ficar. Não consigo dormir e não aguento
mais a dor desta pressão em meu tórax.
- Amigo, não posso ensinar como viver
de forma diferente pois, se o fizesse, você continuaria vivendo o projeto de
outrem e não o seu. Mas há algo que posso fazer. Posso lhe dar um presente, meu mais
poderoso pensamento. Imagine se alguém dissesse para você que esta vida,
conforme a vive agora, já a viveu no passado e terá que ser vivida novamente e
inumeráveis outras vezes; ela não terá nada de novo, mas cada dor e cada
alegria e tudo de inefavelmente pequeno ou grande em sua vida retornará para
você".
Nietzsche não está falando da reencarnação espírita, essa teoria dele chama-se O Eterno Retorno. É uma maneira forte de nos fazer pensar que precisamos tentar caminhos novos em nossa vida e não ficar engessado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário