segunda-feira, 22 de junho de 2015

Diga-me com sinceridade: o mundo está ficando preocupante, para você?

       Acabei de vir de um estudo em um grupo católico, hoje discutimos a Ideologia do Gênero:
Difunde-se cada vez mais a chamada ideologia do gênero ou gender. Porém, nem todas as pessoas disso se apercebem e muitos desconhecem o seu alcance social e cultural. Ela já foi qualificada como verdadeira revolução antropológica. Não se trata apenas de uma simples moda intelectual. Diz respeito antes a um movimento cultural forte com reflexos na compreensão da família, na esfera política e legislativa, no ensino, na comunicação social e na própria linguagem corrente. Esta teoria parte da distinção entre sexo e gênero, forçando a oposição entre natureza e cultura. O sexo assinala a condição natural e biológica da diferença física entre homem e mulher. O gênero baliza a construção histórico-cultural da identidade masculina e feminina. Para entender melhor veja esta célebre frase de Simone de Beauvoir, ‘uma mulher não nasce mulher, torna-se mulher’, a ideologia do gênero considera que somos homens ou mulheres não na base da dimensão biológica em que nascemos, mas nos tornamos tais de acordo com o processo de socialização (da interiorização dos comportamentos, funções e papéis que a sociedade e cultura nos distribui). Papéis que, para esta teoria, são injustos e artificiais. Por conseguinte, o gênero deve sobrepor-se ao sexo e a cultura deve impor-se à natureza”.

Numa entrevista no GloboNews um estudioso do assunto e defensor dessa Ideologia, disse: “É um absurdo quando uma mãe cola uma fita na cabeça da neném que nem cabelo tem. Às crianças não são dadas a oportunidade de escolher quem querem ser, menino ou menina”.

Torno a perguntar: Você não fica preocupado com esta Ideologia, não? 


Sou feliz no que faço?

O filósofo pós-moderno Domenico De Masi diz em seu livro O Futuro do Trabalho:
“As organizações produtivas são fábricas de infelizes porque constrangem os seus dependentes a serem eficientes e competitivos a todo custo. O mundo dos negócios e do trabalho hoje é como uma selva. Toda manhã, na África, uma gazela desperta. Sabe que deverá correr mais depressa que o leão ou será morta. Toda manhã, na África, um leão desperta. Sabe que deverá correr mais do que a gazela ou morrerá de fome. Quando o sol surge, não importa se você é um leão ou uma gazela: é melhor que você comece a correr”.

Desde que surgiu na Terra o ser que pensa percebeu que precisava trabalhar e ser eficiente, senão morreria de fome ou seria devorado por um bicho. Acordar e ter de ir trabalhar é imemorial.
Quando o ciclista sai pedalando pelas roças, bem cedo, já encontra o trabalhador vindo do curral onde tirou leite das vacas, alimentou-as e soltou os bezerros para mamar o resto do leite. A gente para, conversa com ele e vai embora sabendo que o dia de trabalho daquele homem vai até escurecer. Para um advogado, um médico ou um operário sua atividade profissional poderá leva-lo a passar toda noite em claro. O trabalho sempre houve. Mas a infelicidade no trabalho, não. O que está acontecendo agora que está tornando as pessoas depressivas e infelizes? Diz aí!  

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Não se acomodando talvez você descubra o efeito ideal.

Sempre se pode fazer algo de modo diferente. No século XIX – lembra? D. João VI chega em 1808, D. Pedro I diz que fica em 1822, D. Pedro II alcança a maioridade (15 anos) 1840, Princesa Isabel assina a Lei Áurea 1888 – na Europa inventava-se a máquina fotográfica – Joseph Nièpce levou a fama de ter sido o primeiro a fotografar em 1826 – e os pintores de quadros começaram a se mexer para criar novos jeitos de pintar. Edgar Degas descobriu como flagrar um corpo se movimentando.
(Repetição, de 1877)

Acabei de ler um artigo de Vanda Klabin intitulado A Dança de Degas: “Seu desenho faz uma captação ágil de gestos rápidos. Ele intensificou a pesquisa do desenho e aprofundou a relação do movimento no espaço. Ele elimina técnicas clássicas para dar volume e movimento a pintura, como o chiaroscuro. Adota tons luminosos para preencher o espaço dando ritmo e movimento de músculos ao corpo. (Baile de Máscaras)

Ele usou pó de estanho, do alumínio, do ouro e da prata para captar reflexos causados pelo movimento. Além das tintas usou perspectivas distorcidas, pinceladas breves e cortes”.
Ele fez duas séries de pinturas que o notabilizaram: as bailarinas se preparando e treinando e mulheres tomando banho e se penteando. (A Tina, 1885)

Sua técnica faz nossos olhos pular pela tela, focando ora aqui ora ali, o que nos dá a impressão de que as figuras estão se mexendo.

Vanda assim vê essa jovem dançarina: “A pequena bailarina, adolescente, denota uma inquietante modernidade”.

Ainda não inventaram tudo, nem descobriu-se a técnica mais simples e ideal para fazer algo. Então, quem sabe, não se acomodando talvez seja você a descobrir o efeito ideal.   

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Acho que dá para ser santo

Há muito tempo um homem nos fez um desafio dizendo que foi nosso próprio Criador que lançou este repto (Levítico 19:2): “Santos sereis, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo”. E a gente envolvido com esta vida tão carregada de problemas descartamos este desafio como inalcançável. Pior, é que daí continuamos nesta vida sem sentido: correndo, correndo até chegar a sepultura.
Estou lendo o livro História de uma Alma, são cartas de uma jovem à sua superiora no convento. Desde menina ela decidiu ser freira, sonhava em entrar para o Carmelo, isto é, ser carmelita. De família profundamente cristã ela chegou a pedir ao pai que a levasse a Roma para pedir ao Papa licença para ser aceita no convento antes de completar a maior idade. Na segunda carta ela conta o que refletia vivendo enclausurada:
“Não penseis que nado em consolações, oh não! meu consolo é não ter consolações na terra.
Sem mostrar-se, sem se fazer ouvir, Jesus ensina-me em segredo, vem consolar-me: "Eis o mestre que te dou, ensinar-te-á o que deves fazer. Quero levar-te a ler no livro da vida onde está ciência do amor". A ciência do Amor, oh sim! esta palavra soa doce ao ouvido da minha alma, só desejo essa ciência. Entendo tão bem que só o amor possa nos tornar agradáveis a Deus, que fiz dele o único objeto dos meus desejos. Jesus sente prazer em mostrar-me o único caminho. "Quem for criança, venha cá, pois a misericórdia é dada aos pequenos". Em nome dele, o profeta Isaías revela como o Senhor pensa: "Como alguém que é consolado pela própria mãe, assim eu vos consolarei, sereis levado ao colo, e acariciados sobre os joelhos". Ó madrinha querida! depois de tal linguagem, só resta calar, chorar de gratidão e de amor... Ah! se todas as almas fracas e imperfeitas sentissem o que sente a menor de todas as almas, a alma da vossa Teresinha, nenhuma perderia a esperança de atingir o cimo da montanha do amor, pois Jesus não pede ações grandiosas, apenas o abandono e a gratidão”.

Essa menina tem o nome de Teresinha de Jesus, nasceu em 10 de julho de 1873, morreu jovem e foi declarada Santa. Ela nos ensina que buscar a santidade é viver com amor, com preocupação sincera pelo próximo:
“"Oferece a Deus sacrifício de louvor e cumpre os votos que fizeste ao Altíssimo." Eis, portanto, tudo o que Jesus quer de nós, Ele não precisa das nossas obras, só do nosso amor; esse mesmo Deus que declara não precisar de nossos bens não receou mendigar um pouco de água à samaritana. Ele estava com sede... Mas ao dizer "dê-me de beber", o Criador do universo estava pedindo o amor da sua pobre criatura. Tinha sede de amor ... Ah! sinto-o mais do que nunca, Jesus está sedento, só encontra ingratos e indiferentes entre suas criaturas e nos seus próprios discípulos, encontra poucos corações que se entregam a Ele sem reserva, que compreendem toda a ternura do seu Amor infinito”.

Então, acho que dá para ser santo, é só colocar o amor na frente de tudo que se faz. 

domingo, 31 de maio de 2015

O problema não é sem perigos.

Você leu esta crônica na Folha de São Paulo de ontem? 
Nem podia ler, isto foi escrito em 1891, pelo papa Leão XIII

mas parece um comentário dum cronista de hoje. Leia, só: “A sede de inovações, que há muito tempo se apoderou das sociedades e as tem numa agitação febril, devia, tarde ou cedo, passar da política para a economia social. Efetivamente, os progressos incessantes da indústria, os novos caminhos em que entraram as artes, a alteração das relações entre os operários e os patrões, a influência da riqueza nas mãos dum pequeno número ao lado da indigência da multidão, a opinião mais bem formada que os operários têm hoje e a sua união mais organizada, tudo isto, sem falar da corrupção dos costumes, deu em resultado final um temível conflito”.
Jesus de Nazaré, que para muitos foi só um homem sábio, avisou que suas instruções seriam repetidas por todas gerações dali por diante e que sempre, fosse mil anos ou dois mil anos depois, sempre teria um representante seu atento ao que acontecia no mundo para chamar atenção dos homens e mostrar um caminho para a perpetuação da humanidade.
“Quem é, pois, o mordomo fiel e prudente, a quem o senhor confiará os seus irmãos para dar-lhes o sustento a seu tempo? Bem-aventurado aquele servo a quem seu senhor, quando vier, achar fazendo assim. Verdadeiramente, vos digo que lhe confiará todos os seus bens”.
Assim, o pastor atento escreveu a Encíclica Rerum Novarum, e disse: “É por isso, irmãos, que temos feito, para bem da Igreja e da salvação comum dos homens, Nossas Encíclicas sobre a soberania política e a liberdade humana, refutando, segundo Nos pareceu oportuno, as opiniões errôneas e falazes. A consciência do Nosso cargo Apostólico impõe-Nos como um dever tratar nesta Encíclica dos princípios duma solução, conforme a justiça e a equidade dos direitos e os deveres que devem ao mesmo tempo reger a riqueza e o proletariado, o capital e o trabalho. Por outro lado, o problema não é sem perigos, porque não poucas vezes homens turbulentos e astuciosos procuram lhe desvirtuar o sentido e aproveitam-no para excitar as multidões e fomentar desordens”.

O que ele nos avisou há 120 anos conto logo, logo.

terça-feira, 19 de maio de 2015

Uma lei que levou meninas à prostituição.

Você aprendeu isso, mas duvido que seu professor de História tenha analisado esta informação em sala de aula. Refiro-me a Lei do Ventre Livre, de 28/09/1878. (esta foto é meramente ilustrativa: menino brincando de ajudar a mãe a aprontar a cobertura do pavilhão na festa do Quilombo São José)

Estou lendo A Serra e o Santuário, sobre uma capela no alto de uma serra na cidade mineira de Caeté (p. 100): “O padre Domingos sentiu o choque social consequente àquela lei. Por isso, apressou-se em criar um asilo para órfãs ingênuas, que começou a funcionar em 25/08/1878, o Asilo de São Luís da Piedade. 

A instituição ganhou fama e prestígio como educandário de meninas, a tal ponto que fazendeiros da região demandavam o asilo para as próprias filhas. Ali aprendiam primeiras letras, fazer contas, prendas domésticas e formação religiosa”.

Os ingleses que traficaram mais de 3 milhões de escravos da África, proibiram o tráfego negreiro em 25/03/1807, mas o Brasil persistiu em comprar africanos por mais 80 anos. Para poder levantar empréstimos com os ingleses fomos fazendo leis que só protelavam a Abolição. A do Ventre Livre, por exemplo, foi nefasta. O fazendeiro, dependendo de seu temperamento e seu caráter, permitia que as crianças nascidas na senzala continuassem sendo amamentadas pelas mães que a levavam para o trabalho na roça. Mas logo que ficavam meninotes e mocinhas, “que só davam despesas”, eram expulsos da fazenda. As estradas eram o lar de meninos que se empregavam por um prato de comida e uma enxerga para dormir – a escravidão continuava -, mas as meninas tinham um destino pior, a prostituição e o abuso. Por isto a Igreja se apressou em criar educandários.

É tão bom quando os humanos se respeitam e fazem da cor da pele diferente um motivo de festa e alegria, como vi na festividade no Quilombo.     

terça-feira, 12 de maio de 2015

Vendo todas essas belezas...

O cristianismo tem 32 doutores, pensadores que a poder de muita reflexão deduziram, compreenderam verdades puras. Dentre esses, três são mulheres. Estou lendo o livro A História de uma Alma escrito por uma delas, a santa Terezinha de Jesus. 

Ela morreu aos 24 anos, quase metade passados dentro de um convento. Mas ali percebeu coisas profundas que registrou para nosso aprendizado (p. 44): “Em pé na portinhola do trem, quase não respirava. Queria estar, ao mesmo tempo, dos dois lados do vagão, pois ao virar-me via paisagens encantadoras e diferentes das que estavam na minha frente. Às vezes, estávamos no cume de uma montanha, a nossos pés, precipícios de profundidade inalcançável. De outra um charmoso e pequeno lugarejo com seus graciosos chalés e seu campanário, por cima do qual balançavam indolentes algumas nuvens resplandecentes de brancura. Mais longe, um vasto lago, dourado pelos últimos raios do sol, com ondas calmas e puras a mesclar o tom azulado do Céu aos fogos do crepúsculo, apresentava a nossos olhares maravilhados o mais poético espetáculo.
Vendo todas essas belezas, surgiam pensamentos muito profundos em minha alma. Tinha a
impressão de já estar compreendendo a grandeza de Deus e as maravilhas do Céu... A vida religiosa apresentava-se a mim tal como é, com suas submissões e seus pequenos sacrifícios feitos às ocultas. Compreendia como é fácil ensimesmar-se, esquecer a sublime finalidade da vocação. Não terei a infelicidade de apegar-me a palhas, agora que 'meu coração pressentiu o que Jesus reserva a quem o ama!'"


Sinto o mesmo quando ando de bicicleta por lugares lindos, altas serras. Penso em como é mal a gente ficar deprimido ou ansioso tendo esse belo mundo para viver.