segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Não goza o presente porque está agitado com o futuro


Assistindo uma entrevista com a mãe de Michsel Jackson senti a dor da mulher que forma em seu corpo um filho e depois o vê morrer, enterra-o ao invés de envelhecer sabendo que o filho continuará vivendo depois dela ter morrido. Ela disse que mesmo continuando sua vida havia momentos em que ouvia o riso alegre do homem que não deixava de ser criança.
Hoje, lendo a vida de Solon (638-558 a.C), rei de Atenas, vejo o comentário do historiador Plutarco a respeito do pensamento do sábio regente sobre a morte de um filho: 

"Otros, por el contrario, en la muerte de hijos muy dignos no se han afligido inmoderadamente, ni han hecho nada indecoroso, y han continuado disfrutando con  juicio de la vida: porque es la debilidad y no el amor lo que causa esos extremados pesares y temores en hombres que no están preparados por la razón contra la fortuna, los cuales no gozan de lo presente que desearon porque los agita lo futuro con pesares, con recelos y con sustos, por si serán privados de ello".
Não sei se você concorda com isto? "porque es la debilidad y no el amor lo que causa esos extremados pesares". Um pessoa descontrolada com o falecimento de um ente querido, especialmente se ainda era jovem e interrompeu planos e sonhos, fica assim não por amor mas por uma debilidade?´ra a maneira de entender de Solon.
Outra coisa que ele diz é que esta fragilidade que toma todas as emoções é causada porque "no están preparados por la razón contra la fortuna", são pegos de surpreza pelo acaso. Ou, a fraqueza acontece quando "no gozan de lo presente que desearon porque los agita lo futuro".
Concordo e luto sempre contra esta tendência: não curtir o presente. Não acompanhar com interesse o desenvolvimento de um filho ou um neto por se estar pensando no futuro, preucupando-se com o que ainda está lá na frente, não é sensato.
É bom se ler coisas que nos fazem refletir. Ler os clássicos é muito bom.  

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