terça-feira, 16 de março de 2010

O Salmo 23 pode ser perigoso


As palavras do Salmo 23 são um poderoso mantra: "O Senhor é o meu pastor e nada me faltará".
Porém, o poder positivo de um som, ou sons agrupados, ganha um efeito contrário se não for usado corretamente.
Um homem profundamente ferido ou uma mulher ultrajada, proferindo essas palavras: "Ele me faz repousar em pastos verdejantes"; ganha força e coragem para prosseguir sua luta, sua vida. Estes sofredores são os mesmos a quem o mestre Jesus se referiu:"Eu não vim buscar os sãos, mas os doentes".
Mas - e isto é importante - se o tal homem, ou mulher, for na verdade um sujeito cheio de si, um salvo ou escolhido, quando recita para si mesmo este poderoso mantra: "Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo"; para este indivíduo que se arrisca em uma falcatrua financeira, que prejudica seu próximo num negócio, ou como político se corrompe para ganhar um dinheiro que devia ser usado em benefício dos desvalidos, estas palavras santas não curam, não refrigeram e nem consolam. O orgulho faz o poder do mantra ganhar um impulso para a malignidade e o tal se sente intocável, no fundo (mesmo renegando o termo) crê ter o "o corpo fechado".
Na criatura de Deus prepotente as palavras: "Preparas-me uma mesa na presença de meus adversário", não tem o mesmo efeito que no desvalido. Este ganha confiança de que mesmo sendo traído e espoliado, não ficará na penúria, pois o Pai vai criar condições dele ter um banquete. Aquele sente que quem se opõe as safadezas que planeja e faz, seus adversários, serão impedidos pelo Pai de lhe colocar a mão e que, portanto, pode continuar seus crimes até o ponto que dirá de "barriga cheia": "o meu cálice transborda".
Então, se você está feliz do jeito que é, não recite o Salmo 23, ele é para os aflitos, em ti estas palavras o arrastarão para ainda mais longe da luz; de onde a volta é sempre mais difícil.

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