sexta-feira, 11 de março de 2016

Quando se conta um caso, mudamos alguma coisa.

Sinto imenso prazer em pensar, abstrair-me da vida corrida em volta e buscar entender me é muito agradável.
No livro Tempo e Narrativa, o filósofo Paul Ricoeur, diz (p. 97): “Deve-se entender o fenômeno da retenção de um momento. [como a foto de um instante] Um agora gera uma impressão modificada de retenções anteriores. Cada agora se torna instantaneamente um ‘agora-que-foi’ e que é posterior ao ‘tendo sido o agora-que-foi’. É em virtude dessa modificação de modificações que se diz que cada retenção traz em si a herança de todo processo anterior”.


Quando nos lembramos de um instante especial de nossa vida, tenha certeza que essa lembrança retida na mente não é idêntica à que vivemos. Com o passar do tempo vivenciamos muitos momentos que foram se infiltrando na lembrança daquele dia especial. É por isso que quando você conta um caso num encontro de amigos, pode ter certeza que não serás exato. Não porque esteja mentindo ou inventado, mas porque aquele momento importante do tempo foi impregnado por muitas outras vivências.   

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