sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

QUANDO ELE VINHA COM O MILHO EU JÁ IA COM O FUBÁ.

Parece piada.
Duas amigas se encontram e dizem confundindo as vozes: Como você está bem, amiga!
Enquanto em off, os pensamentos também se misturam: Como tá caidaça!
No livro sobre Psicologia que estou lendo, o médico Aaron T. Beck, 

explica esse fenômeno e o denomina de “dupla corrente” (p. 556): “A maioria das pessoas não está plenamente consciente dessa segunda corrente que chamo de 'pensamento automático'. Em primeiro lugar porque esses pensamentos tendem a ser muito fugidios e segundo porque se situam na orla da consciência. Eles normalmente não se verbalizam diante do outro. Outra coisa, esses pensamentos surgem imediatamente antes de vivenciarmos um forte sentimento, seja de tristeza, alegria, ódio ou revolta”.
Então, não é uma ilusão. É muito comum a gente falar sem pensar e pensar sem falar. Mas o professor diz outra coisa sobre esse pensamento de fundo: “O pensamento automático tem função de auto monitoramento, auto instrução e auto regulação. Inclui também interpretações rápidas, auto avaliação e previsões. Sua função é de comunicação consigo mesmo, mais do que com o outro”.
O que significa que ao conversarmos com alguém devemos prestar atenção àquela corrente furtiva que são comentários de algo que estamos percebendo além dos nossos cinco sentidos. São sempre avisos importantes. Os antigos tinham um ditado para isso: quando ele vinha com o milho eu já ia com o fubá.

Nenhum comentário: