domingo, 12 de junho de 2016

OUTRA CARTA DE RUI BARBOSA

Meses antes do impeachment era comum ver pessoas falando sobre a necessidade da volta dos militares ao poder para nos vermos livres do PT. Essa troca de um mal pelo outro foi comentada há muito tempo por Rui Barbosa.
Estou lendo A Primeira República e nele encontrei à p. 47: “Considerei toda esta noite no assunto que ontem de tarde me vieram submeter, oferecer ao ilustre Marechal Hermes da Fonseca a Presidência da República. Supor que uma crise política desta natureza, puramente doméstica, não se possa resolver senão com o nome do chefe do Exército, seria fazer uma grave injustiça à condição de nosso regime, à índole dos nossos costumes e aos sentimentos do nosso povo. Já lá vão 14 anos de existência da República, a aclamação da candidatura do Ministro da Guerra seria, a meu ver, um retrocesso. Por que regressarmos ao governo militar? Não descubro motivo para nos resignarmos à solução que amigos nossos reputam inevitável”.
Rui Barbosa foi contra a volta dos militares ao poder.
Mas então ele lança um desejo, que também é nosso: “Precisamos de um nome político verdadeiramente popular, realmente nacional, de um nome sério, digno, benquisto que reuniria todos os elementos dissidentes. Teríamos então, pela primeira vez, o espetáculo do povo brasileiro concorrendo efetivamente às urnas, para sufragar nosso primeiro magistrado”. Rio, 19 de maio de 1909.
Onde está este homem íntegro e ilibado?


Faz-me lembrar o que enfatizou o papa João Paulo II em uma de suas visitas ao Brasil: Os brasileiros devem buscar seriamente a santificação.

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