segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Não há quietude na matéria


Quando olhamos para o céu noturno, cintilando de estrelas, a Lua prateando nosso mundo e o Sol lá do outro lado iluminando a Terra, tudo parece tão quieto, feito a muito tempo e agora em descanso. Mas quando olhos atentos examinaram os corpos celestes perceberam um movimento intenso e coisas novas surgindo a todo momento. Agora, com poderosos telescópios espaciais, como o Spitzer da NASA, os astrônomos presenciam cataclismos poderosos no Universo. Recentemente encontraram provas de uma colisão de alta velocidade entre dois planetas em torno de uma estrela jovem. Os astrônomos dizem que eram corpos rochosos, um era pelo menos tão grande como a nossa Lua e outro no mínimo tão grande como o Mercúrio. O embate jogou o menor dentro do outro, a alguns milhares de anos atrás - pelas normas cósmicas isto não foi há muito tempo. O impacto destruiu o corpo menor, vaporizando enormes quantidades de rocha e lançando plumas maciças de lava quente para o espaço. Detectores de infravermelhos do Spitzer foram capazes de reconhecer as assinaturas da rocha vaporizada, juntamente com pedaços de lava. "Esta colisão teve enorme e incrivelmente alta velocidade para rocha ter sido vaporizada e derretida," disse Carey M. Lisse do laboratório de Física Aplicada da universidade Johns Hopkins. "É um evento raro e de curta duração, crítico na formação de planetas e luas. Tivemos sorte de assistir esta colisão não muito depois que ela aconteceu."

Ele disse que este choque cósmico é semelhante ao que formou a nossa Lua a mais de 4 bilhões anos atrás, quando um corpo do tamanho de Marte abalroou a Terra. As origens do nosso sistema solar são ricas em histórias semelhantes de destruição. Impactos gigantes despiram Mercúrio de sua crosta exterior e jogou Vênus para trás. Essa violência é um aspecto rotineiro na edificação dos planetas. Planetas rochosas se formam e crescem em tamanho. Colisões arrumam o conjunto, mesclam seus núcleos e modificam suas superfícies. Embora tais eventos radicais tenham diminuído no nosso sistema solar, hoje, impactos ainda ocorrerem, tal como foi observado no ano passado quando um pequeno objeto do espaço atingiu o enorme Júpiter.

Lisse e sua equipe observaram este choque nos planetas que orbitam a estrela chamada HD 172555, que é cerca de 12 milhões de anos mais velha que o Sol. Os astrônomos utilizaram um espectrógrafo sobre o telescópio Spitzer para dividir o espectro de luz da estrela e procurar por impressões digitais dos produtos químicos. O que eles descobriram foi muito estranho. "Nunca tinha visto nada assim antes. O espectro foi muito raro". Após análise cuidadosa, investigadores identificaram grandes porções de sílica amorfa, que aparecem comumente no vidro derretido. Sílica encontra-se na Terra em rochas de Obsidiana. Obsidiana é vidro vulcânico preto, brilhante. Também foram detectadas grandes quantidades de monóxido de silício orbitando, provavelmente da rocha vaporizada. Sua velocidade de colisão deve ter sido enorme. Os dois estariam viajando a uma velocidade relativa ao outro de pelo menos 34,800 quilômetros por hora antes da colisão. O Spitzer já encontrou rescaldos de grandes impactos de asteróides, mas não encontrou provas para o mesmo tipo de violência – rocha derretida e vaporizada. Em vez disso, foram observadas grandes quantidades de poeira e cascalho, indicando que as colisões poderiam ter sido mais lentas.
Viu? Quando olhar para o céu de noite, lembre-se que a criação continua, aliás, nada termina, tudo é eterno.

Nenhum comentário: