sábado, 6 de junho de 2009


Uma manhã de céu muito azul trabalhava em Juiz de Fora, na rua Halfeld sempre cheia de gente. Subi em um prédio para visitar um dentista e no corredor passei por um idoso magro, com ralos cabelos brancos, segurando uma pasta velha e magra como ele. Era um vendedor, como eu. Perguntei, quantos anos o senhor tem? Oitenta e sete, foi sua resposta. Louvado seja Deus! - exclamei teatralmente - O senhor me deu a certeza de que jamais passarei necessidade. Poderei trabalhar até quase minha morte.
Não zombava dele. Realmente acho o meu trabalho tão bom que poderia e gostaria de realizá-lo ainda durante muitos anos. Ter a perspectiva - não tanto de ser útil à sociedade, já fiz isso por muito tempo e ganhei minha alforria - de continuar ativo, sem ficar relegado a um canto dando pena aos outros, me enche de estímulo.
Em uma de suas crônicas Paulo Coelho disse: ''Por que um dos sonhos de muitos humanos é um dia deixar de trabalhar? Porque não ama o que faz. Se não está satisfeito corra o risco de mudar tudo e se dedique ao que ama”.
(foto de Olívia de Cássia)

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